Sabe qual é o maior órgão do corpo humano? A resposta a essa pergunta é a pele. Ela é responsável
por cerca de 15% de todo o peso de um indivíduo adulto e apresenta
funções importantes para o corpo, como revestir o organismo, fornecer
proteção imunológica, regular a temperatura do corpo, proporcionar
sensibilidade tátil e térmica e produzir secreções como o suor e o sebo
(gordura).
Infelizmente, porém, muitas pessoas se atentam a uma parte da pele e a usam de forma descabida para julgar o caráter de outros. Trata-se
da cor da pele. No entanto, analisar a sua constituição química e o que
resulta em tons de peles diferentes, pode nos ajudar a ver que todos
nós temos a mesma origem e somos iguais, sendo esse preconceito muito fútil.
A pele é formada basicamente por três camadas: epiderme, derme e hipoderme.
Conforme se pode ver na ilustração abaixo, a hipoderme é a camada mais
profunda, mais interna, formada pelo tecido adiposo (gordura) e onde se
encontra grande quantidade de vasos sanguíneos. A derme é a parte
intermediária, onde ficam as glândulas sebáceas e sudoríparas, os vasos
sanguíneos também, os folículos pilosos e os músculos da pele. E
finalmente, a parte superior, externa, é uma camada fina chamada
epiderme.
A cor da pele se deve à quantidade de um polímero natural, a melanina,
um pigmento biológico que é produzido na epiderme. Esse polímero é
quimicamente considerado de massa e complexidades variáveis, sendo
sintetizados pelos melanócitos. Os melanócitos são
células situadas na camada basal da pele, entre a epiderme e a derme. A
produção da melanina pelos melanócitos é feita a partir da oxidação
progressiva do aminoácido tirosina.
Assim, quanto maior a quantidade de melanina produzida, mais escuro será o tom da pele e vice-versa.
Isso nos leva a concluir que toda forma de pele possui a mesma
constituição. Não só a pele, mas toda forma de vida possui basicamente a
mesma essência: átomos que se combinam para formar moléculas, que, por
sua vez, reagem formando os mais diversos compostos. Esse ciclo é
interminável, pois o número de átomos que forma o universo é
praticamente constante, sendo trocados a cada momento entre os seres
vivos e o ambiente.
Portanto, será que faz algum sentido nos considerarmos
superiores uns aos outros, sendo que todos temos a mesma origem? Ou
julgar e ter preconceito pela pessoa somente pelo fato de produzirmos mais ou menos melanina que ela? Não deveríamos valorizar mais os neurônios do que os melanócitos?
Realmente, não faz nenhum sentido. O caráter de uma pessoa independe da cor da pele; por isso, devemos exterminar toda e qualquer espécie de preconceito.
Graduada em Química
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