sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Cientistas criam composto que torna antibióticos 16 vezes mais eficazes




Químicos da North Carolina State University, nos EUA, criaram um composto que torna os antibióticos existentes 16 vezes mais eficazes contra as "superbactérias" resistentes a antibióticos recém-descobertas, avança o portal ISaúde.

Estas super-bactérias são, na verdade, estirpes bacterianas que produzem uma enzima conhecida como New Delhi metalo-ß-lactamase (NDM-1). As bactérias que produzem esta enzima são praticamente imunes aos antibióticos porque a NDM-1 torna determinados antibióticos incapazes de se ligarem às suas metas bacterianas. Quando a NDM-1 é encontrada em bactérias Gram-negativas como a K. pneumoniae, que causa a pneumonia, as infecções do trato urinário, e outras infecções hospitalares comuns, é particularmente preocupante.

"Para começar, há menos opções de antibióticos para tratar as infecções causadas por bactérias Gram-negativas do que para aquelas causadas por bactérias Gram-positivas. Bactérias Gram-negativas com a enzima NDM-1 efectivamente neutralizam as poucas armas que temos em nosso arsenal, tornando especialmente difícil, senão impossível, tratá-las com a antibioticoterapia existente", disse Roberta Worthington, professora assistente de pesquisa de química da NC State.

Anteriormente, o químico Christian Melander descobriu que um composto derivado de uma classe de moléculas conhecidas como 2-aminoimidazoles "recarregou" os antibióticos existentes, tornando-os eficazes contra as bactérias Gram-positivas resistentes a antibióticos como o Staphylococcus estirpe MRSA. Assim, Melander, Worthington e os alunos Cynthia Bunders e Catherine Reed começaram a trabalhar em vários compostos que podem revelar-se igualmente eficazes contra as bactérias Gram-negativas.

Num artigo publicado na ACS Medicinal Chemistry Letters, Worthington e Melander descreveram um composto que, quando usado em conjunto com o antibiótico imipenem, aumentou a eficácia do antibiótico contra a K. pneumoniae resistente a antibióticos em 16 vezes. Os investigadores acreditam que estes resultados iniciais sejam muito promissores para tratamentos futuros.

"Demonstrámos que temos a capacidade de eliminar a mais assustadora superbactéria. Esperamos que a pesquisa nos permita tornar o composto ainda mais eficaz, e diminuir a periculosidade destas infecções", disse Melander.

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