domingo, 3 de fevereiro de 2013

Vizinho de idoso que mantém quintal sujo pede barreira química contra dengue em MS

Barreira Química
"A barreira, na verdade, é a aplicação de um produto químico que mata e afugenta insetos."

27/01/2013
Por: Éser Cáceres e Graziela Rezende
Luiz Alberto


Com o avanço da dengue em Campo Grande (MS), moradores enfrentam como podem a proliferação do mosquito Aedes aegypti, que transmite a doença. Agora, vizinhos que resistem aos apelos para limparem quintais são apontados como problemas de saúde pública.
Neste domingo (27), uma empresa de controle de pragas realizou gratuitamente barreiras químicas para os vizinhos da primeira pessoa que morreu vítima da epidemia deste ano, no bairro Silvia Regina.
Segundo os moradores da região, um vizinho com 77 anos de idade mantém o quintal cheio de entulhos e criadouros para insetos.
O idoso não atenderia aos apelos para permitir a limpeza, segundo Willian Dias, de 23 anos de idade, que decidiu procurar ajuda do poder público, mas garante não ter obtido resposta.
No local, a reportagem confirmou a existência do terreno com grande acúmulo de entulhos e mais de 15 cachorros, mas o proprietário não foi encontrado para falar.
Willian tem duas crianças pequenas e conta que uma irmã dele já está com diagnóstico de dengue confirmado. Como mora próximo da casa na qual viveu a primeira vítima da dengue da capital neste ano, uma mulher de 45 anos de idade, que morreu neste mês, ele disse que ficou preocupado.
“Já tentei com o poder público, mas ainda não tive retorno. E, como o vizinho não aceitou nem conversar, resolvi apelar para uma empresa particular”, contou.

Barreira química

A empresa, no entanto, esclarece que o serviço realizado, de dedetização e barreira química, apesar de ser vendido a R$ 150 reais por residência, não é eficaz para salvar os moradores do ataque do mosquito transmissor, a não ser que seja feito de forma coletiva.
“Eu até poderia vender o serviço, mas não posso garantir a eficácia porque a dengue é um problema coletivo”, explica o diretor da dedetizadora, Gustavo Guimarães.
A 'barreira', na verdade, é a aplicação de um produto químico que mata e afugenta insetos. Sensibilizado com a situação de Willian, que enfrenta a resistência do vizinho em ajudar no combate aos criadouros, Gustavo conta que resolveu realizar o procedimento gratuitamente.
Ele afirma que já colocou a experiência da empresa à disposição das autoridades municipais e pediu apoio de uma indústria farmacêutica que fabrica inseticidas para a situação de Campo Grande.

Situação de Emergência

A capital de Mato Grosso do Sul enfrenta mais uma epidemia de dengue e o prefeito recém-eleito, Alcides Bernal, já decretou estado de emergência por causa da doença. Somente em janeiro de 2013 são 13.425 casos notificado. Em relação ao mesmo período dos anos anteriores, é o mês em que mais casos foram notificados nos últimos sete anos.
De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde, em janeiro de 2007 foram registrados mais casos de dengue na capital, 12.192. Naquele ano, foram 43.663 notificações, a maior dos últimos anos na cidade. Em 2006, foram apenas 182 casos.
Em 2008 foram 336 e em 2009, 149 notificações em janeiro. Em 2010, os números chegaram a 7.660 e 2011 fechou o mês com 1.272 notificações, contra as 510 do ano passado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário