Ativistas protestam na sede do BNDES pedindo o fim do financiamento da usina nuclear de Angra 3. ©Ivo Gonçalves/Greenpeace
O governo alemão adiou a decisão sobre o empréstimo que seria feito para a construção da usina nuclear de Angra 3. Brasil e Alemanha são parceiros atômicos desde a década de 1970 e acordaram um valor equivalente a 41,4% do custo da usina, equivalente a 1,3 bilhões de euros. O financiamento viria de uma associação de bancos europeus, com garantia de empréstimo dada pela Hermes, agência estatal de crédito alemã.O responsável pela prorrogação do financiamento foi o estudo de segurança da usina apresentado pela Eletronuclear que foi considerado insuficiente e incompleto. Alguns aspectos relevantes à segurança não foram apresentados no relatório como, por exemplo, um teste de estresse exigido pelo governo alemão depois do acidente em Fukushima, no Japão.O Greenpeace Alemanha já havia divulgado dois estudos que indicavam a possibilidade de uma catástrofe nuclear acontecer em Angra 3 devido a ausência de certos componentes essenciais de segurança que poderiam fazer com o que o Brasil tivesse uma catástrofe ainda maior do que a de Fukushima.Sem a segurança garantida, o projeto de Angra 3, concluído há cerca de quatro décadas, felizmente vai continuar sendo apenas um projeto. Um país como o Brasil, com um potencial imenso de energias renováveis, poderia aproveitar os ventos e a irradiação solar para se tornar o primeiro país com uma economia forte baseada em uma matriz energética limpa e sustentável. Não há motivos para que a exploração de petróleo na camada pré-sal seja incentivada, muito menos para receber investimentos internacionais em energia nuclear.A incoerência também foi apontada por alguns parlamentares alemães que disseram não fazer sentido a chanceler alemã Angela Merkel ter anunciado que, até 2022, não haverá mais energia nuclear na Alemanha, e continuar incentivando construções de novas usinas em outros países.
Blog destinado aos apaixonados pela Química ... especialmente aos “meus” alunos e ex-alunos: "O professor se liga à eternidade. Ele nunca sabe quando cessa a sua influência". (Henry Adams)
sábado, 28 de abril de 2012
Alemanha põe em cheque a segurança de Angra 3
O que é aquecimento por indução?
Tubo de cobre com corrente magnética gera
calor suficiente para derreter metais
Alguns fenômenos químicos são tão estranhos que nem parecem ter uma explicação racional – e o vídeo acima, compartilhado no Reddit,
é um bom exemplo disso. Um pedaço de metal é colocado entre uma série
de tubos e não só começa a levitar, mas em seguida a aquecer, gerar uma
intensa luz avermelhada e derreter.
Mas a ciência apresenta, sim, uma resposta. Trata-se de aquecimento
por indução, quando um corpo é esquentado a partir da geração de uma
corrente eletromagnética. Os tubos de cobre que circulam o objeto de
alumínio têm uma corrente alternada e criam seu próprio campo magnético,
fazendo com que o metal permaneça levitando (o que não aconteceria se
ele estivesse em um recipiente de plástico, por exemplo.
A indução da corrente também faz com que os elétrons do alumínio se
movimentem com extrema velocidade, produzindo nele uma grande quantidade
de calor – o equivalente a 1200 °C, segundo o vídeo. Por fim, o objeto
fica amolecido, podendo ser moldado, ou derrete completamente, como é o
caso do clipe.
É a partir do mesmo método (mas totalmente vedadas e em escala muito
maior, claro) que funcionam as fornalhas por indução, utilizadas em
várias indústrias que trabalham com fundição de metais.
Reddit, YouTube
quinta-feira, 26 de abril de 2012
Cuiabá (MT): Escola dá aula que diz que fósseis se formaram no dilúvio
Aula divulgada no Facebook gerou polêmica
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução
- Daniel Favero
A foto de uma aula na qual o professor ensina a alunos do 6º ano do
Colégio Adventista de Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá
(MT), que os fósseis são restos de animais e plantas petrificados
formados "na época do dilúvio" tem gerado muita repercussão nas redes
sociais, após a imagem ter sido publicada na página do Facebook da
escola.
A foto da aula, publicada no começo do mês, tem gerado muitas
críticas de pessoas contrárias à proposta de ensino e acusam a igreja de
"alienação" além de considerarem a aula uma "piada". Já outros defendem
a iniciativa como uma proposta "crítica", pautada na "fé" e aplaudem a
coragem da entidade e do professor.
Segundo nota divulgada pela escola, o ensino praticado pela
instituição é o criacionismo em conjunto com o evolucionismo, baseado em
argumentos científicos e lógicos, sem imposição de crenças religiosas e
"em harmonia com as prescrições do Ministério da Educação e Cultura".
De acordo com a escola, a maioria dos alunos não frequenta a Igreja
Adventista, mas o objetivo é desenvolver o entendimento de ambos os
modelos entre os estudantes.
Acerca da aula sobre os fósseis, a instituição esclarece que "para
que haja fossilização, são necessários (pelo menos) fatores como
sepultamento rápido (para evitar a decomposição do animal ou que ele
seja devorado por predadores/carniceiros) e grande quantidade de água e
sedimentos (...) pode ter havido um grande evento catastrófico no
passado que promoveu extinções em massa". Segundo a escola, o professor
tentou apenas permitir que os alunos desenvolvam senso
"crítico/comparativo".
"Além disso, é bom lembrar que são conhecidas centenas de culturas em
todo o planeta que guardam algum relato relacionado com uma grande
inundação que teria devastado o mundo. Lamentavelmente, a intenção do
professor foi distorcida e a aula sobre fósseis virou motivo de
acalorado debate no Facebook. Tivesse ficado apenas no debate, já teria
valido a pena, pois o debate, quando respeitoso, acaba sendo proveitoso,
ainda que apenas para que se conheçam as ideias de quem pensa de
maneira diferente", diz o comunicado, que finaliza dizendo que a
instituição está e primeiro lugar no município entre as escolas cujos
estudantes são submetidos à prova do Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem).
Procurado pelo Terra, o Ministério da Educação repassou ao
Conselho de Educação mato-grossense a responsabilidade pelo
acompanhamento e aprovação do que é ensinado nas escolas daquele Estado.
Através de sua assessoria de imprensa, a pasta demonstrou preocupação
com o caso e prometeu repassar as informações para o ministro Aloizio
Mercadante.
De acordo com o Conselho de Educação do Mato Grosso, o Estado é
laico, segundo normatiza a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, por isso o ensino de preceitos religiosos não deve ser cobrado
como conteúdo em provas, por exemplo. Apesar da escola ser mantida por
uma instituição adventista, o ensino religioso deve ser algo facultativo
para o estudante, além de precedido de uma discussão e aprovação em
assembleias dentro da escola, antes de ser apresentado ao conselho para
avaliação.
Membros da Academia Brasileira de Ciências (ABC) que atuam na área da
genética manifestaram preocupação com o consideraram ideias
"retrógradas que afrontam o método científico, fundamentadas no
criacionismo, também chamado como 'design inteligente' (...) sentimo-nos
afrontados pela divulgação de conceitos sem fundamentação científica
por pesquisadores de reconhecido saber em outras áreas da Ciência", diz a
carta divulgada pela ABC.
De acordo com o site do colégio, a aula de História "diferente" foi
ministrada com a supervisão do professor Toni Carlos Sanches, com a
simulação da produção de fósseis. "A discussão girou em torno da questão
se os fósseis se formaram há milhões de anos atrás como sugere o
Evolucionismo, ou, se foram formados há milhares de anos atrás por
ocasião do dilúvio, como sugere o Criacionismo", segundo divulgou a
instituição. "Após os experimentos os alunos ficaram entusiasmados e
muitos confirmaram a crença em um dilúvio universal", completa.
No entanto, a discussão não é nova. Nos Estados Unidos uma lei do
Estado do Tennessee, que deve entrar em vigor brevemente, permitirá que
os professores de escolas públicas questionarem o consenso científico em
questões como aquecimento global e teoria da evolução.
A medida visa permitir aos professores que ajudem os estudantes a
compreender, analisar, criticar e revisar de forma objetiva as
potenciais fragilidades científicas das teorias existentes abordadas na
disciplina ensinada, mas que não deve ser usada "para promover qualquer
doutrina religiosa ou não religiosa", segundo diz o texto da nova lei.
sábado, 21 de abril de 2012
Metais estão ameaçados de extinção, diz relatório da ONU
"Os cientistas devem antever a possibilidade de que eles poderão não dispor de toda a Tabela Periódica para trabalhar no futuro," afirmou Thomas Graedel, ao divulgar um novo relatório da ONU sobre a oferta mundial de metais.
Na lista dos "metais ameaçados de extinção" estão lítio, neodímio e índio, todos elementos essenciais para a indústria eletrônica, principalmente o lítio, que é a base de todas as baterias dos equipamentos portáteis atuais.
A
"extinção" referida é, na verdade, um risco de exaustão, o termo
utilizado para se referir ao fim das reservas de uma mina - neste caso,
os pesquisadores apontam o risco de exaustão não apenas de uma mina, mas
de todas as reservas conhecidas no mundo.
Questão de reciclagem
Este
é o primeiro de uma série de seis relatórios que estão sendo preparados
pelo Programa da Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP) para a
reunião Rio 2012.
"Exceto
para os metais básicos principais e para dois metais preciosos, as
taxas de reciclagem de todos os metais da Tabela Periódica são baixos,"
prossegue Graedel. "Isto significa que eles são usados uma vez e
descartados, e este é um enfoque não sustentável."
A única saída para evitar a falta desses metais, segundo o relatório, é iniciar ou aumentar a reciclagem.
Meia Tabela Periódica em cada celular
Um
dos maiores obstáculos para determinar a quantidade de metal com que a
humanidade poderá contar no futuro é que apenas cerca de um terço deles
conta com estatísticas ou estimativas sobre a quantidade já extraída e
em uso. De todos eles, apenas cinco foram quantificados de forma segura.
Os
telefones celulares e os computadores podem usar até 40 elementos
químicos, em quantidades que vão de miligramas a gramas. Não é à toa que
virou um chavão afirmar que cada celular, além da mais moderna
tecnologia, tem também metade da Tabela Periódica em seu interior.
"Nós
usamos muito material em estruturas altamente complexas. Nós estamos
tornando difícil para a reciclagem lidar com eles," diz Graedel, que
recomenda o redesenho de produtos e equipamentos como uma opção imediata
para lidar com o desafio. Um desafio para os cientistas e para os
engenheiros de materiais, segundo ele.
Metal mais raro
O
relatório identificou o índio como um exemplo onde a demanda deverá
crescer fortemente, com as 1.200 toneladas consumidas em 2010 devendo
aumentar para 2.600 em 2020.
Usado
na fabricação de LEDs e eletrodos transparentes para as telas planas e
monitores e TVs, menos de 1% do índio hoje utilizado é reciclado.
fonte: site Inovação e Tecnologia
fonte: site Inovação e Tecnologia
Nova técnica permite identificar fontes de emissões de gases-estufa
(foto: internet)
Cientistas americanos desenvolveram um novo método que
permite distinguir os gases-estufa vindos da queima de combustíveis
fósseis de outros gases presentes na atmosfera, uma técnica que promete
ajudar a monitorar a eficiência das medidas de corte das emissões.
A equipe da Universidade de Colorado analisou seis anos de medições
de dióxido de carbono (CO2) e outros gases feitas por aeronaves a cada
duas semanas. Eles puderam separar o CO2 derivado dos combustíveis do
vindo de processos biológicos, como a respiração de plantas, porque o
carvão, óleo e gás não têm carbono-14, um isótopo do elemento que está
em constante produção na atmosfera.
Como o carbono-14 é radiativo, com o tempo ele decai, isto é, se
transforma na forma comum do elemento. Sua meia-vida, ou o tempo que
metade de um determinado volume da substância decai, é de 5,7 mil anos.
Como os combustíveis fósseis são derivados de restos de plantas e outros
materiais orgânicos acumulados há milhões de anos, o CO2 produzido por
sua queima não tem carbono-14, em contraste com o emitido por fontes
biológicas atuais, que são ricas no elemento.
O novo método criado por Scott Lehman e John Miller, pesquisadores da
Universidade de Colorado, e publicado na edição desta semana do "ournal
of Geophysical Research-Atmospheres", da União Americana de Geofísica (AGU), oferece ainda a
possibilidade de no futuro relacionar diretamente as emissões da queima
de combustíveis fósseis a um país ou região, melhorando a técnica atual
de estimar as taxas de emissão de gases-estufa com base em princípios
contábeis. Estas estimativas geralmente têm como base declarações dos
próprios países sobre seu consumo de carvão, óleo, gás natural e outros
combustíveis fósseis.
- Embora o método contábil provavelmente seja acurado em uma escala
global, incertezas surgem em uma escala menor - diz Miller. - E como as
metas de emissões estão ficando cada vez mais comuns, pode haver a
tentação de declarar um consumo de combustíveis menor, mas poderemos ver
essa mentira.
As emissões vindas da queima de combustíveis fósseis elevaram a
concentração de CO2 na atmosfera de cerca de 280 partes por milhão no
início do século XIX para aproximadamente 390 partes por milhão
atualmente, destacou Miller. A grande maioria dos cientistas climáticos
acredita que este aumento está causando o aquecimento do planeta.
- Acreditamos que a abordagem fornecida por este estudo pode aumentar
a acuidade da detecção das emissões e verificar a contribuição da
combustão dos combustíveis fósseis e outros gases pelo homem - considera
Lehman.
A técnica de Lehman e Miller é semelhante a uma desenvolvida por
Brian Giebel, da Universidade de Miami, para identificar a "assinatura"
química do álcool e outros poluentes emitidos pela queima de
biocombustíveis na atmosfera e publicado em agosto passado no periódico
científico "Environmental Science & Technology".
quinta-feira, 19 de abril de 2012
Para carregar celulares, brasileiro cria máscara que converte respiração em energia
De olho no mercado cada vez mais promissor da produção de energia limpa
e pensando em ajudar as tantas pessoas que, diariamente, sofrem com a
falta de bateria no celular, justamente quando não há nenhuma tomada por
perto, o designer brasileiro João Lammoglia projetou o AIRE.
Trata-se de uma máscara capaz de converter a respiração humana em eletricidade para carregar pequenos gadgets. Como? A invenção possui miniturbinas eólicas em seu interior, que transformam o ar expelido por quem utiliza a máscara em energia – que é transferida a pequenos eletrônicos – como celular, GPS e iPod – por meio de uma espécie de cabo USB.
De acordo com Lammoglia, o AIRE pode ser utilizado em qualquer lugar
ou situação: no ônibus, durante uma corrida no parque ou ainda enquanto o
usuário tira um cochilo – basta não estar nem aí para os olhares
que o uso do aparelho, fatalmente, atrairá para quem colocá-lo no rosto,
em público, para produzir energia.
Por enquanto, o AIRE é, apenas, um conceito – que, inclusive, já rendeu ao seu criador o prêmio internacional Best Of The Best 2011 Design, da organização Red Dot –, mas o brasileiro já tem planos para comercializá-lo. Você aprova a invenção?
Imagem: Divulgação/João Lammoglia
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quarta-feira, 11 de abril de 2012
Projeto fotografa há 2 anos lanche de fast-food que não apodrece
Nova York, 10 abr (EFE).- A fotógrafa nova-iorquina Sally Davies celebrou nesta terça-feira o segundo aniversário de seu projeto 'Happy Meal' (Mc Lanche Feliz), que divulga na internet as imagens fotografadas quase diariamente de um hambúrguer comprado em 2010 em uma rede de fast-food e que, apesar da passagem do tempo, se conserva sem problemas.
'Eu demoro a acreditar que se passaram dois anos desde o dia em que o comprei. Eu pareço dois anos mais velha, mas para o hambúrguer o tempo não passa', explicou a fotógrafa, que iniciou seu experimento fotográfico em 10 de abril de 2010, quando adquiriu o lanche infantil em um estabelecimento da rede McDonald's.
Foto do primeiro dia do lanche, tirada no dia 10 de abril de 2010
Desde aquele dia, Davies fotografou repetidamente os componentes do lanche - o hambúrguer, com seu pão, e as batatas fritas - para mostrar a reação dos alimentos à passagem do tempo e comprovar sua opinião de que os produtos não fazem bem para a saúde.
'Continuarei fotografando o hambúrguer até que ele se desintegre, o que pode custar o resto da minha vida natural', explicou a artista, que constatou como nos 730 dias em que se dedica a fotografar esse exemplo de fast-food muito pouco mudou nos componentes do lanche infantil.
Até agora, a única modificação maior é que o pão secou e se partiu em alguns pedaços, enquanto a carne do hambúrguer, após os primeiros dias, ficou 'como uma pedra' e encolheu um pouco, e as batatas fritas têm quase o mesmo aspecto.
Foto do lanche tirada no dia 10 de abril de 2012, 2 anos após o início do projeto
Davies defende que os alimentos experimentaram certa desidratação mas não iniciaram nenhum processo de putrefação, o que indica as poucas qualidades nutricionais que pode ter 'um alimento que não apodrece nem se corrompe com a passagem do tempo'.
Conhecido como 'Happy Meal Project', o projeto já conta com centenas de fotografias que podem ser vistas no site de Sally e em suas contas no Facebook e no Flickr, onde chegou a ser um fenômeno viral.
Sally iniciou sua carreira artística como pintora há mais de três décadas e suas pinturas apareceram em várias séries de televisão, como a popular 'Sex and the City', e ela adotou a fotografia há mais de 15 anos.
EFE
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